terça-feira, 15 de janeiro de 2013

A Zona Alta do Rio Mendonza

... seja em Beijing, Quingdao ou Shanghai, se alguma razão inesperada lhe levou à China, você há de encontrar na carta de um restaurante de estilo ocidental um Norton Torrontés ou um Norton Malbec argentino elaborado pelas Bodegas Norton. Pois desde que o magnata austríaco Gernot Langes-Swarowsky comprou a Norton, em 1989, mudanças drásticas  aconteceram na vinícola centenária em termos comerciais. Afinal de contas, vinhos da Norton e cristais Swarowsky encontram-se em todo o mundo.

...o engenheiro Jean Pierre Thibaud, portenho de ascendência francesa, tem um currículo notável que inclui uma passagem pelo Banco Mundial, em Washington, e a posição de CEO da Chandon Argentina. No fim dos anos 1990, já aposentado,  fundou (com Jacques de Montalambert) uma “bodega” com o nome inicial de Bacchus. Encantado, porém, com a lenda indígena de uma moça araucana que se atrevera a mirar nos olhos de um deus, deu a seus vinhos a marca “Ruca Malén” (a casa da moça), mais tarde também o nome da vinícola. Pois se algo lhe fez chegar ao Canadá ou à Irlanda, você há de encontrar por lá também um Malbec da Bodega Ruca Malén, com licença da rima.

...e por falar em Chandon Argentina, é bem possível que em sua próxima passagem pelo Caribe lhe seja servido na piscina do hotel um Chandon Brut Nature elaborado em Mendoza. Não sei se a presidente da Chandon Argentina ainda é Margareth Henriquez (Maggie). Mas sei que essa venezuelana formada em Harvard, alta e graciosa, incorporou em Mendoza a elegância associada ao nome Chandon. E com ela a abrangência na América Latina e no Caribe.

... do Rio de Janeiro a Natal, RN, passando por BH, Vitória e Salvador,   mas também na Cidade do México, em NY ou em Bruxelas você encontrará em restaurantes, lojas e supermercados um Malbec ou um Cabernet Sauvignon da vinícola Otaviano Bodega y Viñedos com a marca Penedo Borges. Empreendimento de cinco brasileiros em Luján de Cuyo (pela marca, está claro que estou incluído) com o apoio do sócio administrador mendocino Jorge Cahiza, a Otaviano vem se distinguindo nos seus oito anos de existência pelos prêmios de qualidade e referências elogiosas recebidos, em lugares tão diferentes e distantes como Londres, Finger Lakes, Mendoza e Cidade do México.

Mas afinal, o que há de comum entre Norton, Ruca Malén, Chandon Argentina e Otaviano? Todos são localizados na chamada Zona Alta do Rio Mendoza, na província de Mendoza, Argentina, entre a auto-estrada que sai da capital para o sul (Ruta 40) e a Cordilheira dos Andes.

Claro está que não estão sozinhas mas uma lista seria infindável: Bodega Séptima, Viña Cobos, Las Perdices, Melipal,  Decero e assim por diante, todos querendo usufruir desse extraordinário terroir, habitat ideal da Malbec, ali implantada há mais de um século, e origem de alguns dos melhores Cabernet  Suvignon, Syrah, Chardonnay e Sauvignon Blanc argentinos, alguns com posição consolidada e outros em plena ascensão no mercado vinícola internacional.

Deleite para os olhos tendo a Cordilheira como pano de fundo, a área inclui as denominações Vistalba, Perdriel e Agrelo a uma altitude de 1000 metros acima do nível do mar.

Ali os terrenos são de aluvião, pedregosos, pouco férteis. Pouquíssima chuva (200 mm/ano) , verões quentes e secos, amplitude térmica elevada (que chega a 20 graus centígrados no verão) completam o quadro favorável ao desenvolvimeno de viníferas de alta qualidade.

Mas não é só uva e vinho. Turismo de aventura, canoagem, esqui, montanhismo subida ao alto das montanhas até 4.000 metros com visita às incríveis barragens, incluindo a vista do Aconcágua, fazem da Zona Alta do Rio Mendoza uma festa para os visitantes.

Será que estou exagerando?  Bem, é ver para crer.

2 comentários:

  1. Oi Euclides, td bem?
    Gostei muito do blog, prabéns!
    Quando vamos viajar juntos? Eu e meu marido estamos esperando a oportunidade de planejar uma viagem pra vocês.
    Abçs,
    Irma e Eduardo

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  2. Oi Euclides,

    Tudo bem?

    Lembra de mim!? Sou o Carlos Eduardo, marido da Irma!

    Gostei muito do blog, vou acompanhar as suas dicas. Assim como tenho utilizado os seus livros sobre harmonização.

    Bem, falamos sobre viagens de Enoturismo, e na ocasião eu estava com outra sociedade. Ocorreram algumas mudanças, e eu fiz uma fusão com outra empresa, e agora o nome é CEAS TURISMO CULTURAL, e será com essa marca que eu farei contato com vocês daqui por diante, ok!?

    Esperamos então a oportunidade de planejar as viagens pra vocês. E que em 2013 nós consigamos efetivar a nossa parceria.

    Um grande abraço,

    Eduardo e Irma

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