quarta-feira, 14 de junho de 2017

Significado e importância do TERROIR


“Terroir” (lê-se “terruár”) é a palavra francesa para terra, terreno e, por extensão, para uma pequena região. No sentido figurado, a expressão francesa  sentir le terroir” é perceber em um produto – queijo, manteiga, vinho, azeite... - as qualidades ou defeitos atribuídos a uma região ou a uma área limitada.

Quando se trata de vinho a palavra é bem abrangente.

Refere-se ao ambiente em que as uvas são cultivadas incluindo o terreno e sua inclinação, o solo, o subsolo e a profundidade do lençol freático, a existência de massas de água – rios, lagos mar - nas proximidades, o regime de chuvas e padrões do clima em geral e do microclima particular.

                   


Quando a qualidade e o gosto é claramente originado por esse conjunto de dados ambientais a ponto de poder ser identificado dizemos que o vinho reflete o terroir.

Os vinhos brancos da uva Riesling são exemplos excelentes nesse sentido: eles  tendem a refletir o local de cultivo, diferenciando-se com nitidez os Rieslings da Alsácia (França)  dos do Mosel (Alemanha) e esses do Clare Valley (Austrália).

Ainda que não haja evidência científica para a relação terroir versus gosto, ela se faz sentir em muitos casos como por exemplo no mosaico da Borgonha.

 Entra ano, sai ano, o estilo do vinho de um mesmo terroir (Romanée, ...) se repete, diferenciando-o de seus vizinhos (La Tache...) e levando a diferenças nos preços, fenômeno facilmente verificável também entre um Montrachet e um Pouilly Fuissé, ambos da Borgonha, 100% Chardonnay, porém de terroirs distintos.

No Loire, o Sauvignon Blanc de Sancerre sempre se sai melhor e é mais caro do que o da Touraine ainda que a uva e a técnica sejam as mesmas.

O conceito de terroir interessa particularmente pela oportunidade que nos dá de apreciar a diferença entre um Cabernet de Mendoza de outro da Serra Gaúcha ou um Pinot Noir do Oregon (USA) de outro de Central Otago ( Nova Zelândia)  que, não existindo, nos daria uma sensação de “tudo igual”.

Tratando-se de vinho varietal teremos diferenças de vinhos da mesma variedade em terroirs diferentes. Tratando-se de cortes de 3 uvas ou mais, os exemplares tendem a traduzir mais o terroir do que as uvas do corte.

Além de tudo isoo, sempre teremos que pagar mais por vinhos de terroir do que por genéricos da mesma região, p. ex., pagar mais por um Margaux do que por um Bordeaux genérico, mais por um Hermitage do que por um Côtes du Rhône genérico, mais por um tinto do Vale dos Vinhedos do que por um tinto gaúcho inespecífico.

O que vamos pagar a mais é, em parte, o preço do terroir. Conhecê-lo é uma boa idéia...

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